A adoção é um ato de amor e responsabilidade, que envolve não apenas o desejo de acolher uma criança, mas também uma série de procedimentos legais que precisam ser seguidos para garantir que todo o processo seja conduzido de maneira segura e justa. Além disso, as mães adotivas no Brasil têm direitos garantidos pela legislação, como a licença-maternidade e outros benefícios, que asseguram o suporte necessário durante esse período de adaptação.
O Processo Legal de Adoção
O processo de adoção no Brasil é regulado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece as etapas e requisitos para que a adoção seja concluída de forma legal e segura. A adoção só pode ser realizada após um cuidadoso processo judicial, que inclui:
- Habilitação para Adoção: Os interessados devem se cadastrar no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), onde passarão por um processo de habilitação que inclui entrevistas, avaliações psicossociais e cursos preparatórios.
- Avaliação e Parecer Favorável: Uma vez habilitados, os candidatos aguardam a oportunidade de acolher uma criança, seguindo critérios como idade, sexo, e estado de saúde, conforme suas preferências. Quando uma criança compatível é encontrada, o juiz da vara da infância autoriza a aproximação e, posteriormente, a guarda provisória.
- Guarda Provisória: A guarda provisória permite que a criança seja acolhida pela família adotiva enquanto o processo final de adoção é concluído. Durante esse período, a relação entre a criança e a nova família é avaliada por assistentes sociais e psicólogos.
- Sentença de Adoção: Com o parecer favorável dos profissionais envolvidos e a comprovação de que a adoção é o melhor para a criança, o juiz emite a sentença de adoção, que torna o vínculo legalmente definitivo.
Uma vez que a adoção é oficializada, as mães adotivas têm os mesmos direitos que as mães biológicas, incluindo:
- Licença-Maternidade: A Constituição Federal garante às mães adotivas o direito à licença-maternidade, que pode variar de 120 a 180 dias, dependendo da idade da criança adotada. Este direito é assegurado independentemente da idade da criança, mas as empresas participantes do Programa Empresa Cidadã oferecem uma licença de 180 dias, incentivando a adoção de crianças mais velhas.
- Manutenção de Benefícios: Assim como as mães biológicas, as mães adotivas têm direito a todos os benefícios que recebiam antes da licença-maternidade, como plano de saúde, vale-alimentação, entre outros.
- Estabilidade no Emprego: A mãe adotiva também possui estabilidade no emprego, desde o momento em que a adoção é confirmada até cinco meses após o término da licença-maternidade. Esse direito garante que a trabalhadora não pode ser demitida sem justa causa durante esse período.
Como Agir em Caso de Descumprimento
Se uma mãe adotiva perceber que seus direitos estão sendo desrespeitados pelo empregador ou qualquer outra entidade, é importante tomar as seguintes medidas:
- Formalização do Pedido: Sempre formalize os pedidos relacionados à licença e outros benefícios por escrito e mantenha uma cópia assinada.
- Denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT): Caso haja descumprimento, a mãe adotiva pode denunciar ao MPT ou buscar orientação junto ao sindicato de sua categoria.
- Ação Judicial: Em casos mais graves, é recomendável buscar um advogado especializado em direito trabalhista para ingressar com uma ação judicial, assegurando todos os direitos da mãe adotiva.
A adoção é um processo que envolve muita dedicação e amor, e as mães adotivas têm seus direitos protegidos pela legislação brasileira. Conhecer esses direitos é fundamental para garantir um período de adaptação tranquilo e seguro, tanto para a mãe quanto para a criança.